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O forte apelo comercial, unido à tradição de mais de dois mil anos de troca de presentes, faz com que as dicas e conselhos financeiros para que as pessoas não gastem com presentes de Natal sejam pouco eficientes.
Em um cenário ideal, as pessoas destinariam o seu 13º salário para quitar dívidas atrasadas, ou poupar para pagar as contas de início do ano, iniciar uma reserva de emergência e investir. No mundo real, contudo, a grande maioria delas vai usá-lo para comprar presentes.
Então, ao menos para prevenir a dor de cabeça, deixo aqui algumas dicas para que você busque manter seu equilíbrio financeiro mesmo em época de compras natalinas.
Para falar de compras de Natal — que são compras supérfluas, não itens essenciais —, é primordial recapitular o conceito e minha defesa a respeito da inteligência financeira (IF). Ela está diretamente ligada à capacidade de autoconhecimento financeiro, organização e disciplina.
A inteligência financeira é a capacidade de saber usar o dinheiro de forma equilibrada, sabendo exatamente suas capacidades financeiras, o que recebe e o que paga.
Se você já possui um planejamento financeiro, se torna muito mais fácil, pois acredito que o item “presentes” já esteja lá e aí é só respeitar o limite orçamentário estabelecido para esta finalidade.
Se você ainda não tem um planejamento financeiro; ou até tem, mas acabou se esquecendo de incluir os presentes nele; ou, ainda, tem dúvidas sobre como utilizá-lo da melhor maneira; separei algumas dicas para ajudar você nessa tarefa.
A regra básica das finanças é não gastar mais que sua capacidade de renda. No momento de presentear alguém, não é diferente. Estabeleça um limite para gastar com presentes que não comprometa seu orçamento mensal. Afinal, o Natal passa e um novo ano chega na semana seguinte.
O ideal é ter um valor disponível no orçamento especificamente para isso. Se for imprescindível utilizar o dinheiro do 13º salário ou férias para comprar os presentes, faça-o, mas parcialmente. Preserve parte do valor para custear as contas de início de ano.
Uma ótima alternativa é fazer uma renda extra para comprar os presentes de Natal.
Faça uma lista com os nomes de quem você pretende presentear, seja no papel ou no bloco de notas do celular. A vontade de dar presentes para todas as pessoas queridas é grande, mas nem isso sempre é possível. Por isso, é importante listar e depois, caso necessário, ir fazendo cortes.
Estabeleça um valor limite para cada presente. Pesquise o mesmo ítem ao menos em três lugares diferentes. As diferenças de preços de um lugar para outro são enormes. Hoje, há sites e apps específicos para pesquisa e comparação de valores.
Para as compras online, não se esqueça de considerar o frete em sua pesquisa. Por vezes, um determinado produto é mais barato no estabelecimento B do que no A. Porém, quando adicionamos o valor do frete, o preço total se torna ainda mais caro que no estabelecimento A.
Muito se fala em experiência do cliente, do colaborador, do usuário. Já pensou em trocar os tradicionais presentes por uma experiência?
Logicamente, verifique antes o que é mais em conta. Um bom exemplo é inovar na própria ceia natalina. É possível fazer algo temático, investindo nos detalhes da decoração e no cardápio.
Também é possível criar novas brincadeiras e jogos, diferentes dos tradicionais amigos secretos. Pesquise o significado de cada um dos itens da ceia de Natal compartilhe com a sua família. Que tal fazer um quiz, estabelecendo pequenas premiações para quem acertar as perguntas? E se trocassem mensagens ou desenhos ao invés de presentes?
Levar a família para passear em lugares diferentes, ou fazer piqueniques no parque e na praia são outras experiência que podem ser incríveis
Você sabe quais são os presentes inesquecíveis? São aqueles que você compra parcelado no cartão de crédito. O Natal já passou e quem recebeu o presente, até já esqueceu. Se for um brinquedo, por exemplo, as chances da criança já ter se cansado dele são grandes. Você, contudo, ainda continua pagando pelo presente.
Valorize suas habilidades e aposte nos presentes personalizados. Se você possui habilidades manuais, utilize-as e presenteie as pessoas com algo único e exclusivo para que elas se sintam especiais.
Caso não possua nenhuma habilidade manual, incentive um amigo, conhecido ou um empreendedor local comprando produtos artesanais — que, além de únicos, normalmente são mais em conta. Afinal, solidariedade e incentivo também fazem parte do verdadeiro sentido do Natal.
Lembre-se do verdadeiro significado do Natal: independentemente de religião, esse é um momento de reflexão e conexão, de encontrar tempo para estar com pessoas queridas. Não se deixe levar pela pressão social para comprar presentes — isso pode transformar uma data que deveria ser de alegria e satisfação em um período de ansiedade e preocupação.
Então, analise e respeite seu momento financeiro. Se estiver passando por dificuldades, converse com sua família. Quem realmente gosta de você entenderá que um presente dado hoje pode significar um problema amanhã.
Lembre-se de que o dinheiro deve nos servir, nunca o contrário. E, acima de tudo, use as coisas e ame as pessoas.
Boas Festas!
LinkedIn - Dirlene Silva
Instagram - @dirlene.economista
*Este artigo é de autoria da colunista Dirlene Silva e não reflete, necessariamente, a opinião do Banco PAN.
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