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O que vale mais a pena: ter um carro na garagem ou se deslocar usando aplicativo de mobilidade? Você já parou para fazer essa conta?

Se colocar na ponta do lápis, existe uma grande chance de você chegar à conclusão de que a segunda opção é mais vantajosa em termos financeiros. É claro que isso depende de alguns fatores, como a distância entre a sua casa e o seu trabalho, a sua rotina pessoal e outras variáveis. Além do uso que você faz ou pretende fazer do carro. Mas vamos às comparações.

O site Meu Carro calculou quanto você gasta por ano se tiver um veículo popular na garagem. A conta foi feita em 2020 e tomou como base um modelo Ford Ka, SE 1.0, com preço de tabela de R$ 47.490,00.

Se decidir comprar um modelo como esse, você vai ter os seguintes gastos anuais:

·  Combustível: R$ 3.913,04;
·  IPVA: R$ 1.899,60
·  Seguro: R$ 1.389,00;
·  Licenciamento e DPVAT: R$ 99,10;
·  Manutenção (1ª revisão): R$ 449,00;
·  Garagem (12 mensalidades): R$ 4.800,00;
·  Lavagens (2 por mês ou 24 por ano): R$ 960,00.

Somados, esses itens chegam a R$ 13.509,74. Isso dá uma média de R$ 1.125,81 por mês.

TRÊS PERGUNTAS SOBRE O CARRO

A primeira pergunta que você deve fazer é a seguinte: você vai gastar esse mesmo valor em apps de transporte? No exemplo que usamos, seriam R$ 1.125,81 mensais.

Mas atenção: a conta ainda não acabou. Porque vem a segunda pergunta: como você vai pagar o carro? Se você for financiar, some o valor da parcela aos gastos mensais. Se a parcela do carro for de, por exemplo, R$ 2.000,00, acrescente esse valor aos gastos mensais pelo período que durar o financiamento.

Então, já não são R$ 1.125,81 por mês, e sim R$ 3.125,81.

Por fim, vem a terceira pergunta: e o seu patrimônio, hein?

Veja: no final das contas, você vai ter um bem que, neste exemplo, vale R$ 47.490,00. É simples assim: você pode fazer esse dinheiro render ou desvalorizar.

Se você tiver dinheiro guardado para pagar o carro à vista, pare para pensar: quanto renderá essa quantia se aplicada num investimento bem conservador, com rendimento de por exemplo 6% ao ano. É fácil calcular. O rendimento será de R$ 2.849,40. Ou seja, você terá um total de R$ 50.339,40 em sua conta ao final de 12 meses.

Mas se, no entanto, você optar por comprar o carro e decidir vendê-lo depois de um ano, será justamente o contrário. O veículo terá desvalorizado mais ou menos 12,5% com um ano de uso. Então, você terá comprado o carro por R$ 47.490,00, mas, depois de vendê-lo, ficará com R$ 41.553,75 em sua conta.

Então, em vez de fazer o dinheiro render, você terá perdido por causa da chamada depreciação do bem.

Portanto, são essas três perguntas que você deve fazer para ter clareza sobre o custo real do carro. Comprando um veículo você acaba perdendo dinheiro. Isso acontece por uma razão simples: ele se desgasta com o passar do tempo.
Não é como um imóvel, que muitas vezes se valoriza.

A COMPARAÇÃO

Para você saber se ter um automóvel é bom negócio ou não, precisa fazer uma conta simples: quanto você vai gastar se fizer todos os seus deslocamentos usando aplicativos? E aí precisa comparar.

A Uber e o Cabify oferecem em seus sites páginas em que você consegue fazer uma estimativa de preço do percurso que você vai percorrer. Assim, dá para ter uma ideia de quanto você gastaria com esses apps, em média, durante um mês, e comparar com custos do carro. O 99 não disponibiliza o mesmo serviço web, mas você consegue fazer uma simulação no próprio aplicativo, disponível para Android e iOS.

Comprar um carro não é necessariamente um negócio pior ou melhor do que passar a vida andando de apps. Tudo depende de quanto você gasta com eles.

O que acontece é que em grandes cidades é comum pessoas relatarem que deixaram de usar o carro por notarem que, depois de fazerem a conta que explicamos neste post, ficou vantajoso usar aplicativos em vez de carro. Mas isso não significa que a regra valha para 100% das pessoas. É uma questão de você fazer as contas e ver o que vale mais a pena para você.