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Em 12 meses, a alta do tomate já supera 125%, enquanto batata e café passam de 74%
ARTIGOS
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10.05.2022
controle
seus gastos
PorRedacao | Millena PAN
O aumento da cesta básica atinge o bolso da família brasileira outra vez. O valor médio do conjunto de itens alimentícios subiu pelo segundo mês consecutivo em abril, nas 17 capitais pesquisadas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Desta vez, as maiores altas ocorreram em Campo Grande (6,42%), Porto Alegre (6,34%), Florianópolis (5,71%), São Paulo (5,62%), Curitiba (5,37%), Brasília (5,24%) e Aracaju (5,04%). Já a menor variação foi em João Pessoa (1,03%).
Em São Paulo, o valor do conjunto de alimentos que fazem parte da cesta básica passou pela primeira vez da barreira dos R$ 800 e agora custa, exatamente, R$ 803,99.
Em seguida, Florianópolis (R$ 788,00), Porto Alegre (R$ 780,86) e Rio de Janeiro (R$ 768,42) completam a lista das quatro capitais onde a cesta básica custa mais.
O Dieese ainda constatou a diferença entre o salário mínimo atual (R$ 1.212) e o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas arcar com o valor da cesta básica.
Em abril de 2022, o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 6.754,33. A quantia equivale a 5,57 vezes o mínimo vigente de R$ 1.212,00.
Nota-se um grande aumento em relação ao mês anterior, março, quando o valor necessário era de R$ 6.394,76, ou 5,28 vezes o piso.
Em abril do ano passado, o valor necessário para o salário mínimo deveria ter sido de R$ 5.330,69, ou 4,85 vezes o piso vigente na época, de R$ 1.100,00.
Veja abaixo o valor da cesta básica em cada uma das capitais pesquisas pelo Dieese e quanto variou esse valor de março para abril deste ano:
O Dieese ainda destacou que no acumulado dos últimos 12 meses também foram registradas elevações em 12 dos 13 produtos da cesta: tomate (125,26%), batata (78,62%), café em pó (74,08%), açúcar refinado (44,26%), óleo de soja (31,82%), manteiga (23,09%), farinha de trigo (20,12%), leite integral (19,83%), banana (16,35%), pão francês (15,86%), feijão carioquinha (13,69%) e carne bovina de primeira (9,69%). Apenas o arroz agulhinha acumulou taxa negativa (-10,09%).
Para que a cesta básica tivesse alta em todas as cidades pesquisadas em abril, alguns itens que compõem a cesta tiveram mais impacto do que outros nesse aumento de preços.
Veja abaixo a participação de alguns alimentos no valor da cesta básica em abril:
Óleo de soja: aumentou em todas as capitais. As variações oscilaram de 0,50%, em Vitória, a 11,34%, em Brasília. Motivo: os altos preços internacionais e a elevada demanda externa pressionaram as cotações no varejo.
Pão francês: subiu em todas as cidades. Houve redução da oferta de trigo no mercado externo, por causa da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Internamente, a valorização do dólar em relação ao real fez com que o produto importado chegasse mais caro ao país. As altas mais expressivas foram observadas em Campo Grande (11,37%), Aracaju (9,70%) e Porto Alegre (7,07%). A farinha de trigo, coletada na região Centro-Sul, também teve elevações significativas em quase todas as capitais, com destaque para as taxas de Belo Horizonte (11,08%), Porto Alegre (10,07%) e Brasília (9,54%).
Leite integral: aumentou nas 17 cidades pesquisadas, sendo que as maiores elevações ocorreram em Florianópolis (15,57%), Curitiba (14,15%), Porto Alegre (13,46%) e Aracaju (11,31%).
Manteiga: apresentou alta em todas as capitais, com elevações que variaram de 0,61%, em Fortaleza, a 6,92%, em Curitiba. Motivo: a menor oferta no campo, decorrente dos altos custos de produção (medicamentos, adubos, milho, soja e combustíveis) e a disputa das indústrias de laticínios pela matéria-prima elevaram o valor dos derivados lácteos no varejo.
Batata: o tipo coletado na região Centro-Sul apresentou aumento em todas as capitais, com taxas entre 14,63%, em Porto Alegre, e 39,10%, em Campo Grande. As chuvas e a alta da demanda na Semana Santa provocaram redução na oferta, o que elevou o preço no varejo.
Farinha de mandioca: pesquisada no Norte e no Nordeste, subiu em quase todas as cidades, sendo que as maiores variações foram registradas em Natal (7,76%) e Fortaleza (3,73%). A única queda ocorreu em João Pessoa (-1,57%). Motivo: a menor oferta da raiz e maior demanda das processadoras fez o valor subir no varejo.
Arroz agulhinha: aumentou em 16 capitais, sendo que as altas oscilaram de 0,17%, em João Pessoa, a 10,24%, em Curitiba. Motivo: a retração foi registrada em Campo Grande (-2,70%). Mesmo com o avanço da colheita em abril e a oferta maior, os preços no varejo seguiram a tendência de valorização da cotação internacional do grão.
Café em pó: subiu em 16 capitais, exceto em Vitória (-2,73%). Os principais aumentos ocorreram em Aracaju (7,58%), Florianópolis (4,67%), Belo Horizonte (3,74%) e Fortaleza (3,74%). Motivo: a valorização do dólar diante do real e a alta dos preços internacionais explicaram a elevação no varejo.
Feijão: aumentou em 15 capitais. O tipo carioquinha teve alta em todas as capitais onde é pesquisado: no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo. As taxas variaram de 3,86%, em João Pessoa, a 11,89%, em Belém. Já o preço do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, diminuiu em Vitória (-2,68%) e Florianópolis (-2,20%) e subiu em Porto Alegre (2,51%), Curitiba (2,44%) e Rio de Janeiro (0,57%). A menor oferta do grão carioquinha é um dos motivos da alta no varejo.
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