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Conto, barão, pila, grana: por que o dinheiro tem esses apelidos?

ARTIGOS

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12.02.2021

 

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seus gastos

PorRedacao PAN

Existem muitos apelidos para as notas e moedas que carregamos em nossas carteiras, bolsos e bolsas. Vamos mostrar as origens de alguns nomes curiosos que as pessoas usam para se referir de um jeito diferente ao dinheiro.

1. CONTO

Você já ouviu alguém dizer coisas do tipo: “essa geladeira custa três conto”. E o curioso é que as pessoas falam assim mesmo, com esse erro de português, sem usar o plural. Você não ouve ninguém dizer “três contos”, por exemplo. É “três conto” mesmo. Mas tudo bem. Faz parte da cultura popular.

A questão aqui é: de onde vem a palavra “conto”?

O real foi a moeda oficial de Portugal durante mais de 400 anos — e foi também a moeda oficial do Brasil durante o Império. Mas não era o mesmo real que a gente tem hoje. Era apenas uma coincidência de nome. Ele acabou mais de cem anos atrás e foi substituído por outra moeda chamada Escudo.

Naquela época, o plural de “real” era “réis”. Então, as pessoas falavam “dois réis”. Se alguém tivesse 1.000 réis, então ela tinha 1 “mi-réis”.

E se uma pessoa juntasse 1 milhão de réis, então tinha 1 “conto de réis”. Ou seja, eles usavam o “conto” como um sinônimo de “milhão”.

Portanto, “conto” indicava bastante dinheiro. Assim, o nome pegou e é usado até hoje como gíria.

2. BARÃO

Muitas vezes, alguém usa o nome “barão” como se fosse um sinônimo de mil. Por exemplo, se um carro custa R$ 40.000, alguém pode dizer que custa “40 barão” — de novo, sabe-se lá por quê, quase nunca respeitam o plural, mas, novamente, é parte da cultura popular.

Mas por que um “barão”?

No passado, barão sempre foi associado a riqueza. Talvez por isso, na década de 1950, José Maria da Silva Paranhos Júnior, mais famoso como Barão do Rio Branco, foi quem estampou a nota de 5 cruzeiros, que quando foi lançada tinha alto valor. Mais tarde, em 1977, ele voltou a estampar uma nova cédula, desta vez a de 1.000 cruzeiros. Atualmente, ele está na moeda de 50 centavos — que não tem o mesmo status.

O fato é que, nas décadas de 1950 e 1970, as pessoas se acostumaram a olhar para o rosto do Barão do Rio Branco estampado nas notas e fazer a brincadeira com o “barão”. E a coisa pegou.

3. PILA

Na década de 1930, o Partido Libertador do Rio Grande do Sul apoiou todos os levantes da Revolução Constitucionalista contra o então presidente Getúlio Vargas. Acontece que Vargas conseguiu se eleger e o principal líder do partido, o médico Raul Pilla, precisou se esconder no Uruguai para fugir de perseguição política.

Os correligionários dele começaram então a enviar dinheiro para Pilla se manter no Uruguai. Eles pediam doações a amigos e pessoas próximas do partido no valor de 1 cruzeiro. E as pessoas diziam, por exemplo, “eu dei 3 pila” ou “eu dei 5 pila” e a expressão pegou.

Tanto que, diferentemente de “conto” e “barão”, “pila” até hoje é mais usado para se referir a valores menores.

4. GRANA

Em italiano, “grana” significa “grão”. Nas atividades do campo, naturalmente a produção de vários tipos de grão, como arroz, soja, aveia, milho, trigo e outros, está associado a fazer dinheiro.

Daí também sai a expressão “grana preta”. A brincadeira de falar sobre grãos pretos está associada ao petróleo. Quando alguém encontra petróleo em sua propriedade, fica rico. Então, nesse caso, o preto é a melhor cor possível que um grão pode ter.

VÍDEO

O humorista Igor Guimarães falou das origens desses nomes de forma divertida no vídeo abaixo, do canal Pra Fazer Mais, do PAN. Vale a pena assistir.

 

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