O que você vai ler neste artigo:

 

Open Finance. Essa expressão entrou no noticiário, associada ao Open Banking. Mas o que ela significa? 

Em resumo, o Open Finance é uma ampliação do Open Banking, o sistema financeiro aberto que começou a ser implantado em 1º de fevereiro deste ano, por iniciativa do Banco Central.

Para lembrar: o Open Banking é o sistema que vai permitir que você leve seus dados de um banco ou fintech para outro, para não ter que iniciar uma relação do “zero” com essa nova instituição. Isso tudo de uma forma segura e só com a sua autorização.

Hoje em dia, toda vez que você decide trocar de banco ou contratar um empréstimo ou serviço em uma instituição diferente daquela em que tem conta, precisa passar por um processo lento e cheio de burocracias. 

Com o Open Banking, você vai poder compartilhar esse histórico de suas movimentações com a nova instituição, como pagamentos, transferências e salários recebidos. Afinal, os dados são seus e você tem direito de usá-los a seu favor.

No Open Finance, isso será possível também com seguradoras, corretoras e outras empresas do mercado financeiro. Para deixar mais claro, vamos explicar como isso vai acontecer neste artigo.

O que é o Open Finance

O Open Finance, ou sistema financeiro aberto, é como uma ampliação do Open Banking. 

Com ele, a possibilidade que o cliente bancário terá de compartilhar seus dados com outros bancos e fintechs será estendida a consumidores de produtos de seguradoras, corretoras, empresas de investimento e previdência e outras que estiverem dentro do sistema.

Em uma apresentação feita em junho, o presidente do Banco Central (Bacen), Roberto Campos Neto, pontuou que o alcance do sistema está sendo ampliado “para transformar o Open Banking no Open Finance”.

A intenção do Bacen é que esse novo modelo de negócio atinja não apenas os bancos, que concentram boa parte das operações financeiras do país, como também outras empresas e segmentos do mercado financeiro.

Quais as diferenças entre Open Banking e Open Finance

Como dissemos antes, o Open Finance é uma evolução do Open Banking, ao incluir mais empresas no sistema financeiro aberto.

Enquanto o Open Banking deve mudar a forma de relacionamento entre si e com os clientes de bancos e fintechs, o Open Finance traz para esse jogo outros integrantes do mercado financeiro.

Veja as características de cada um desses sistemas.

Open Banking

Ele prevê o compartilhamento de dados entre bancos e fintechs e, depois, de seus clientes, com sua autorização.

A  1ª fase do Open Banking consistiu no compartilhamento padronizado das informações sobre canais de atendimento, serviços e produtos financeiros tradicionais

A partir de 15 de julho é que os clientes bancários passarão a poder compartilhar seus dados com outros bancos e fintechs. 

Mas sempre lembrando: só serão compartilhados os dados que o cliente indicar, com a instituição que ele permitir e com sua autorização.

Para o Banco Central, o Open Banking representa um reconhecimento de que “o consumidor tem o controle e a posse dos seus dados pessoais”. Além disso, ele vai “permitir a padronização do processo de compartilhamento de dados e serviços financeiros”.

Open Finance

A evolução do Open Banking para Open Finance vai permitir o compartilhamento de dados de outras empresas financeiras além de bancos e fintechs.

Com a implantação do sistema, os dados de seguradoras, fundos de pensão, corretoras, empresas de previdência, plataformas de investimento, entre outras, serão compartilhados. 

E, numa 2ª fase, seus clientes poderão compartilhar seu histórico de relacionamento com outras empresas para buscar ofertas mais vantajosas.

O que o cliente ganha com o Open Finance

O Open Finance vai possibilitar que os clientes de instituições financeiras como um todo tenham melhores ofertas de produtos e serviços.

Isso porque os bancos e empresas com quem ele escolher compartilhar seus dados poderão oferecer produtos que sejam mais atraentes.

Hoje em dia, os dados do cliente ficam disponíveis apenas para as instituições com quem ele mantém relacionamento.  

Quando ele puder mostrar, de maneira segura, essas informações para outras instituições, poderá usar seu histórico financeiro a seu favor. E é essa a inovação do Open Banking e do Open Finance: permitir o compartilhamento de dados financeiros de uma maneira segura e regulada.

Um exemplo: com o sistema financeiro aberto, uma pessoa que queira um crédito e não goste das condições que o banco em que tem conta disponibiliza pode compartilhar seus dados com outra instituição para, talvez, obter uma oferta melhor.

Além disso, com o sistema, uma pessoa que tenha, por exemplo, conta em um banco, crédito em outro e investimento em uma 3ª instituição poderá controlar todos esses produtos em um único aplicativo.

O presidente do Bacen destacou que “o consumidor será o principal beneficiário dessa transformação, na medida em que novos modelos de negócio e serviços financeiros deverão levar em consideração o seu perfil, necessidades, objetivos e interesses”. 

Quando o Open Finance entra em vigor

 Banco Central anunciou em 24 de junho que foi mudado o cronograma da fase de Open Finance, para que fique em sintonia com “as datas programadas de projetos similares conduzidos por outros órgãos reguladores”.

Um exemplo citado pela instituição em seu comunicado foi o Open Insurance (seguro aberto), que está sendo tocado pela Susep (Superintendência de Seguros Privados). 

O início dessa fase foi mantido para 15 de dezembro de 2021. Nela, haverá o compartilhamento em formato aberto ao público de informações sobre as características de produtos de investimentos, seguros, câmbio, entre outros, ofertados e distribuídos no mercado.

Mas o Bacen informou que ficou definido que, a partir de 31 de maio de 2022, os clientes poderão, a seu critério, compartilhar seus dados transacionais sobre esses produtos financeiros com outras instituições participantes do Open Banking.