O que você vai ler neste artigo:
O cadastro positivo é como uma espécie de “currículo financeiro” que ajuda a pessoa que paga tudo em dia a ficar bem no mercado de crédito. Os bons hábitos de pagamento contam pontos e facilitam na hora de obter empréstimos e financiamentos.
Esse sistema também abre caminho para a negociação de melhores taxas e condições de pagamento não só com bancos e instituições financeiras, mas também com setores do comércio e de serviços.
Esse mecanismo é utilizado em outros países do mundo, como Canadá, Estados Unidos e Reino Unido. No Brasil, ele foi criado em 2011 e desde 2019, com a aprovação do Projeto de Lei Complementar 54/19, os consumidores são incluídos de forma automática no banco de dados.
Um estudo da Serasa Experian estimou que o sistema beneficiaria cerca de 137 milhões de brasileiros, incluindo aí 22,6 milhões que não tinham acesso ao crédito. Dessa forma, ele pode funcionar como uma ferramenta de inclusão financeira.
A inclusão é automática para todas as pessoas e empresas que se relacionam com o mercado de crédito. Esse grupo é composto por consumidores que fizeram empréstimos ou financiamentos, além daqueles que realizaram compras a prazo com carnê ou cartão de crédito.
Segundo o Banco Central, o cadastro positivo é composto por informações relativas a pagamentos já realizados ou em andamento. Não ficam registrados quais os produtos que você compra, apenas os valores da transação, quantidade de parcelas, data de vencimento e pagamento.
Essas informações são fornecidas por bancos e demais instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central, lojas de varejo que vendem no crediário e prestadoras de serviços.
Assim, seu histórico financeiro é composto por dados de pagamento de financiamentos e empréstimos, compras a prazo, contas de luz, água, gás e telefone, assistência médica, internet e TV por assinatura e mensalidade de instituições de ensino ou condomínio.
Todo o seu histórico de bom pagador é administrado por 4 escritórios de crédito - chamados de birôs - autorizados pelo Banco Central a reunir as informações dos consumidores brasileiros e classificá-las, de acordo com metodologias específicas.
Esses gestores são: SPC Brasil, Serasa Experian, Boa Vista SCPC e Quod.
As informações cadastradas só podem ser consultadas por pessoas físicas ou jurídicas que demonstrem aos birôs de crédito que possuem alguma relação comercial com o consumidor cujos dados querem obter.
Essa relação está ligada ao interesse do consumidor em conseguir crédito, financiamento ou realizar operações comerciais e empresariais que impliquem risco financeiro, como uma compra a prazo em carnê ou cartão de crédito.
Importante dizer que somente a pontuação de crédito (ou score) estará disponível para análise do perfil de crédito, a menos que o consumidor autorize a consulta dos dados abertos do seu histórico completo de crédito.
A partir da análise das informações que compõem o histórico de crédito do consumidor, os birôs que administram os dados financeiros do cadastro positivo atribuem notas ou pontuações para definir o risco de inadimplência.
Essa nota se chama score de crédito, usando a palavra em inglês.
O pagamento de contas em dia e o relacionamento com as empresas são alguns dos fatores considerados para compor esse score de crédito, que vai de 0 a 1.000. Quanto mais próximo do 1.000, maior a nota e a probabilidade de o consumidor conseguir o crédito que deseja com melhores condições.
O Banco Central dá autonomia aos birôs para criarem a própria metodologia de pontuação.
No entanto, eles precisam informar, de forma acessível e clara, qual é a sua política de coleta e utilização de dados pessoais para fazer a análise de risco de crédito.
Os birôs de crédito devem informar o consumidor, em até 30 dias, quando um novo cadastro é aberto, o que normalmente acontece por SMS.
Se você estiver cadastrado, pode e deve ter fácil acesso às suas informações disponíveis no banco de dados.
Entre elas, estão o histórico, pontuação de crédito e pessoas físicas ou jurídicas que tiveram acesso ao seu cadastro nos últimos 6 meses.
Para consultar o sistema ou fazer alterações cadastrais, é necessário acessar o site dos birôs de crédito e fazer uma inscrição informando alguns dados simples, como nome, data de nascimento e CPF.
Feito o cadastro, você vai precisar configurar uma senha de acesso e só então solicitar as informações. Os gestores do banco de dados têm até 10 dias para liberar os dados a partir da data da solicitação. Importante: o procedimento é gratuito.
Uma nota mais baixa dificulta a operação de crédito, já que as instituições podem supor que há risco de inadimplência.
Outras consequências são a exigência de maiores garantias para a operação, taxas de juros mais altas ou condições menos vantajosas de pagamento.
Para aumentar a sua pontuação, não tem muito segredo além de bons hábitos de pagamento, como manter as contas em dia e o nome limpo, além de atualizar dados cadastrais sempre que necessário, por exemplo quando mudar de endereço ou telefone.
Esse vídeo do canal do PAN no YouTube traz dicas sobre como conseguir aumentar seu score de crédito. Confira!
Você poderá sair do sistema a qualquer momento. Para isso, basta solicitar a exclusão nos canais de atendimento (telefone, correio e internet) de qualquer um dos birôs de crédito.
O gestor de crédito que receber o pedido fica responsável por compartilhar seu pedido de exclusão com os demais, que também devem tirar o cadastro de seus sistemas.
O cancelamento é gratuito e deve ser realizado no prazo máximo de dois dias úteis. Enquanto o seu cadastro estiver cancelado, os birôs deixam de receber informações sobre você.
Se depois você decidir aderir novamente ao cadastro positivo, pode fazer em qualquer momento. Mas é importante saber: seu histórico financeiro vai receber apenas as informações armazenadas a partir da data de reabertura.
Siga a gente
Aprenda a economizar, organizar as suas finanças e fazer o seu dinheiro render mais