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OPINIÃO - Imposto Rosa: Por que ser mulher custa tão caro?

ARTIGOS

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8min. de leitura

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17.03.2022

 

PorRedacao | Millena PAN

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Março, mês da mulher. É comum neste mês as empresas presentearem as mulheres com flores e bombons. Legal receber este carinho, mas as flores murcham e os chocolates você come e logo não os tem mais.

Já proporcionar conhecimento é algo que ninguém nos tira e realmente gera valor. Nestes últimos anos, agreguei a meu propósito e incorporei ao meu trabalho a sensibilização de empresas a presentearem suas colaboradoras com palestras que levam conhecimento sobre algum assunto de interesse do universo feminino. 

Pensando desta forma, escrevi este artigo com o intuito de presentear com conhecimento as leitoras do Blog Amigo do Dinheiro.

Você sabia que há um preço para ser mulher? Calma, eu explico! As mulheres pagam um adicional ao valor original dos produtos e também mais impostos simplesmente para ter produtos com a aparência mais feminina, geralmente nas cores rosa ou lilás. É o chamado imposto rosa ou taxa rosa.

O imposto rosa, na verdade, não é um imposto propriamente dito. Ou seja, não é uma obrigação que devemos pagar como ocorre com IPTU, IPVA e outros impostos. 

O termo imposto rosa vem do inglês pink tax e é uma expressão usada para se referir ao fato de que os produtos ditos femininos são bem mais caros que os masculinos e possuem carga tributária elevada por serem considerados bens supérfluos.

Os produtos considerados femininos variam desde maquiagens, roupas, acessórios, calçados até os produtos que são considerados masculinos e que ganham uma versão cor de rosa ou lilás para seduzir o público feminino. 

Mulher branca de blusa vermelha e máscara azul olha para lâminas de barbear que segura nas mãos, à frente de uma gôndola de lojas com vários modelos de lâminas de barbear 

Um exemplo comum são as lâminas de barbear. O mesmo produto, da mesma marca nas cores tradicionais azul ou preto custa R$ 5,60. Já o aparelho nas cores rosa ou lilás e com o nome de aparelho de depilar custa R$ 7,00. Ou seja, 25% a mais. Este foi apenas um caso real. Entretanto, em outros produtos a variação de preço é tão grande que pode custar até o dobro do valor.

Esta diferença já vem desde a infância. As roupas e os brinquedos de menina são sempre mais caros que dos meninos, em torno de 30% a mais em média. Quem possui filhos de ambos os gêneros certamente já percebeu esta diferença, pois a comparação é instantânea.

E assim, conforme as crianças crescem, as diferenças vão aumentando na mesma proporção das necessidades. A carga tributária dos produtos femininos é, em média, 40% maior que a dos produtos masculinos. 

A tributação sobre o absorvente que é um bem de primeira necessidade para as mulheres é, em média, de 34,48%. Os produtos de higiene pessoal, como shampoos e condicionadores, têm custo até 48% maior do que os ofertados aos homens.

O Brasil é o terceiro maior consumidor de cosméticos do mundo. A carga tributária para cosméticos nacionais fica em torno de 51,41% e dos importados 69,50%. Isto é, quase 70%. Veja, se você comprou R$ 100,00 em cosméticos importados, significa que R$ 70,00 vão para os cofres públicos.

Os argumentos das empresas sobre estes produtos diferenciados para o público feminino é a ideia de inclusão. Mas será verdade? Será que o esforço para produzir um produto azul ou rosa não é o mesmo?

Enfim, avanços ocorreram, mas ainda vivemos em uma sociedade primordialmente patriarcal, construída por homens para homens. 

A ideia deste artigo não é, de maneira alguma dizer que você não deve consumir, mas sim trazer informação, pois acredito que o conhecimento transforma as pessoas que vão mudar o mundo e, por isto defendo que o consumo seja mais consciente.

Mulher branca com cabelos longos castanhos e camisa azul clara de manga comprida pega pacote de absorvente de gôndola de farmácia com outros modelos de absorventes
Para este consumo consciente, minhas dicas são:

  • Refletir se a cor rosa ou lilás vai alterar a funcionalidade do produto e se a cor realmente faz diferença para você;

  • Utilizar a regra dos 3 P’s (leia o artigo “Equilíbrio Financeiro: De promessa a realidade em  2022” aqui no Blog Amigo do Dinheiro) e, assim, se questione por que está comprando, qual é a necessidade; e se pode pagar sem sacrifícios (pagar sem utilizar limite da conta, rotativo do cartão de crédito ou adiar algum sonho ou projeto).

  •  Questionar seus hábitos financeiros que também foi tema do artigo citado e em resumo é questionar os padrões sociais, analisando como as regras da sociedade impactam em sua vida financeira. Por que comprar um batom importado que custa R$ 200,00 quando há um similar nacional que também é de ótima qualidade, custando R$ 49,90? 

Nós, mulheres, já avançamos muito em relação a direitos e espaços no ambiente corporativo e na sociedade em geral, mas ainda há muito a avançar. Para isto, acredito no poder da sororidade e sobretudo que “o caminho para o crescimento feminino é traçado em conjunto”. Pense bem... a crença de que mulher não é amiga de mulher, você acha que foi criada por quem e para que?

Conte comigo! Juntas vamos lá e PAN! Me siga nas redes sociais e me conte o que você pensa a respeito. 

Até o próximo artigo...

Dirlene Silva

LinkedIn - Dirlene Silva

Instagram - @dirlene.economista


*Esse artigo é de autoria da colunista Dirlene Silva e não reflete necessariamente a opinião do Banco PAN.

 

 

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