O que você vai ler neste artigo:

Você sabe o que é radionovela?

Descubra por que esta história vai prender você

ARTIGOS

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10min. de leitura

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12.06.2020

 

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PorRodrigo Chiodi

Você já ouviu uma radionovela? Se não ouviu, vai ter a oportunidade de experimentar esse gênero que mexe com a imaginação de qualquer pessoa.

O ator e apresentador Rodrigo Faro é a voz que narra a história de radionovela “Meu Amor de Carnaval”, patrocinada pelo Banco PAN. A narrativa folhetinesca fala de um romance entre o motorista de aplicativo Jefferson e a cantora Vanessa.

Para entender por que um conteúdo como este é tão especial ao misturar o novo com o tradicional, você primeiro vai precisar voltar aos anos 80 e aprender sobre a história das radionovelas no Brasil e no mundo.

AS PRIMEIRAS RADIONOVELAS

Seus avós ou talvez bisavós já ouviram telenovelas e se encantaram com elas. Esse foi um formato muito popular no início do século passado, que tem relação com o surgimento do rádio no País.

As primeiras emissoras de rádio surgiram no Brasil no início da década de 1920. Elas logo ficaram muito populares porque 65% dos brasileiros eram analfabetos naquela época segundo dados do IPEA (hoje são menos de 7%). Se não podiam ler jornais, nada melhor que ouvir rádio para se informarem e terem um pouco de diversão em tempos em que nem sequer a televisão existia ainda.

No início, o rádio brasileiro ficou muito forte tocando música, apresentando noticiário e levando ao público outros programas comuns naquela época no mundo todo. Acontece que, durante a década de 1930, o fenômeno das radionovelas se espalhava pelos países da América Latina, com destaque para Cuba. Todos faziam novelas em áudio contando histórias dramáticas.

A ideia de contar um pedacinho da história por dia e guardar a continuação para o dia seguinte não era nova. Ela tinha surgido muito antes nos folhetins. Esse era o nome dado a histórias curtas que os jornais franceses publicavam no rodapé das páginas por volta de 1840. Nos anos seguintes, muitos jornais brasileiros — como Jornal do Comércio, Correio Mercantil, Diário de Pernambuco e Correio Paulistano — importaram a ideia, publicando folhetins por aqui também.

Os folhetins são, então, os avós da radionovela. Foram eles que inspiraram os artistas a criar esse tipo de drama que conta a história a conta-gotas. Tanto que as radionovelas surgiram em outros lugares do mundo sem nem saber que elas estavam crescendo na América Latina.

Por exemplo, nos Estados Unidos, as radionovelas começaram em 1932 de uma forma completamente diferente. Elas eram patrocinadas por marcas de detergentes da P&G. Por causa do patrocínio, foram chamadas de “soap opera” (algo como “ópera do sabão” em português). Curiosamente, até hoje a tradução de “novela” para o inglês é “soap opera” por causa dessa iniciativa de marketing.

INÍCIO DAS TELENOVELAS NO BRASIL

A primeira radionovela foi ao ar no Brasil em 5 de junho de 1941. Era uma história cubana adaptada por Gilberto Martins chamada “Em Busca da Felicidade”. Ia ao ar pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro às segundas, quartas e sextas-feiras, às 10h30 da manhã. Durou 284 capítulos e ficou no ar até maio de 1943.

Essa primeira experiência em território nacional teve o patrocínio da Colgate-Palmolive. Segundo uma pesquisa acadêmica de Glenda Rose Gonçalves Chaves, da UFMG, o sucesso de audiência foi tão grande que elevou a publicidade a um outro patamar, iniciando os “anos de ouro” da propaganda em rádio no Brasil.

Uma curiosidade: a radionovela brasileira adotou o jeito latino-americano de contar histórias. São dramas com várias histórias acontecendo paralelamente (hoje chamadas de “núcleos”), sempre carregadas de emoção e com um final muito aguardado. Essa é a chamada narrativa folhetinesca, citada no começo do post. Tem esse nome porque remete aos folhetins franceses.

Isso é muito diferente das “soap operas” americanas, que normalmente mostram um grupo de pessoas que moram no mesmo lugar (às vezes, na mesma casa), e não têm uma história principal e outras secundárias. É um formato que acabou sendo o “pai” de algumas sitcom.

DO RÁDIO PARA A TV, DA TV PARA O PODCAST

Graças ao sucesso de “Em Busca da Felicidade”, muitas outras radionovelas foram produzidas da década de 1940 em diante. Quando surgiu a TV, em setembro de 1950, a radionovela já era um formato consagrado no Brasil. Adaptá-lo para a TV era uma ideia quase óbvia. Tanto que a primeira telenovela, chamada “Sua Vida Me Pertence”, foi produzida já em 1951.

Atualmente, na era das mídias digitais, a radionovela ressurge como uma excelente opção para contar histórias.
E por que podcast? Por que tirar a imagem, que é tão interessante, e ficar só com o áudio?

A americana Pamela Muldoon, uma experiente radialista e podcaster americana, explica de forma bem sucinta: “o rádio é o teatro da mente. Permite criar as imagens a partir da sua imaginação. E o podcast é o herdeiro do rádio”.

O podcast ganhou muita força no Brasil a partir de 2019. Isso se deu porque foi naquele mês que duas coisas aconteceram no País:

1. O Spotify decidiu investir pesado para se transformar numa espécie de “YouTube dos podcasts”. Ele não é o único local para se ouvir podcasts, mas está se esforçando para ser o principal, desenvolvendo novas tecnologias, lançando podcasts exclusivos e até fazendo eventos para ajudar podcasters a melhorar seus trabalhos. Não por acaso, o primeiro evento do Spotify sobre podcast no mundo foi realizado em São Paulo em novembro de 2019.

2. Muitas empresas de mídia anunciaram a sua entrada no podcast, fazendo com que todas as pessoas ficassem mais atentas a esse formato.

PODCAST DE FICÇÃO

Existe podcast de tudo que é tipo: notícias, debates, entrevistas, contação de histórias. Mas começam a surgir agora as iniciativas de ficção, com artistas profissionais — incluindo famosos como Rodrigo Santoro — e com a mesma qualidade de áudio que você encontra em telenovelas, séries de streaming e cinema.
É o caso de “Meu Amor de Carnaval”.

No primeiro episódio, que vai ao ar no Dia dos Namorados, Jefferson, o motorista de aplicativo, conhece Vanessa, uma cantora. A trama se desenrola a partir do momento em que Jefferson precisa de coragem para conversar com ela. Ele pede, inclusive, a ajuda do público para tomar a iniciativa

Não vamos dar spoiler neste post sobre o segundo episódio. Apenas convidamos você a ouvir a série de cinco episódios pelos principais agregadores (Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Deezer).

FICHA TÉCNICA

Anunciante: Banco PAN
Título: Meu Amor de Carnaval
Criação: Eduardo Mergener
Direção de Criação: Tatiane Ribeiro
Aprovação: Vivian Wertheimer
Relações Públicas: Fernando Casagrande e Millena de Morais
Produtora de Som: Jacarandá Trilhas
Narração: Rodrigo Faro
Trilha: Fernando Lauletta, Alexandre Monari, Eduardo Mergener e Carô Carvalho
Direção de voz: Fernando Lauletta
Atores de voz: Tiago Jota, Carô Carvalho, Carol Oliveira, Fernando Lauletta, Lucas Lauletta e Alexandre Monari
Edição de som: Daniel Nishida e Robson Jack
Mixagem e Finalização de Som: Daniel Nishida
Estúdio: Casa Locomotiva
Ilustração: Benson Chin, Breno Ferreira e Shun Izumi
Atendimento: Flávia Passos

 

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