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Arroz, feijão e macarrão. Saborosos no prato, mas também podem ser considerados os “vilões” que afetaram o bolso das famílias de baixa renda –que ganham menos do que R$ 1.808,79– no mês de abril, segundo levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Os dados são do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, realizado mensalmente.

O aumento dos preços dos alimentos no domicílio foi responsável por 61% do peso da inflação para essas famílias de renda muito baixa. 

Veja abaixo os aumentos constatados pelo Ipea para alguns itens:

  • arroz: 2,2%

  • feijão: 7,1%

  • macarrão: 3,5%

  • batata: 18,3%

  • leite: 10,3%

  • frango: 2,4%

  • ovos: 2,2%

  • pão francês: 4,5%

  • óleo de soja: 8,2% 

A segunda maior contribuição para a inflação desse segmento veio do grupo “saúde e cuidados pessoais”, principalmente por causa da alta de 6,1% dos medicamentos.

Já para o segmento de renda mais alta, a variação dos preços que mais afetou veio do grupo de “transportes”, responsável por 60% do aumento de preços para essas famílias. 

O motivo disso foram os reajustes das passagens aéreas (9,5%), do transporte por aplicativo (4,1%), da gasolina (2,5%), do etanol (8,4%) e do diesel (4,5%). 

INFLAÇÃO É MAIOR PARA QUEM TEM RENDA MAIS BAIXA

De maneira geral, o indicador do Ipea mostrou que houve desaceleração da inflação na passagem de março para abril. No entanto, os números não dão muitos motivos de alegria ao consumidor. 

Isso porque, mesmo com a desaceleração de um mês para o outro, abril teve a maior inflação para este mês desde 1996, de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Por isso, no acumulado de 12 meses, a alta dos preços continuou a subir. 

O indicador também mostrou que as famílias de renda muito baixa foram as mais impactadas pela alta geral dos preços em abril.

Veja abaixo como variou a inflação para cada faixa de renda, comparando o aumento dos preços de março com abril:

  • Renda muito baixa (menor que R$ 1.808,79): de 1,74% para 1,06%;

  • Renda baixa (entre R$ 1.808,79 e R$ 2.702,88): de 1,72% para 1,05%;

  • Renda média-baixa (entre R$ 2.702,88 e R$ 4.506,47): de 1,70% para 1,05%;

  • Renda média (entre R$ 4.506,47 e R$ 8.956,26): de 1,63% para 1,04%;

  • Renda média-alta (entre R$ 8.956,26 e R$ 17.764,49): de 1,51% para 1,01%;

  • Renda alta (acima de R$ 17.764,49): de 1,24% para 1%.

Agora, veja abaixo como variou a inflação acumulada em 12 meses para cada uma das faixas de renda. Note que, da mesma maneira, a faixa de renda muito baixa foi a mais impactada:

  • Renda muito baixa: de 12% para 12,7%;

  • Renda baixa: de 11,6% para 12,4%;

  • Renda média-baixa: de 11,6% para 12,4%;

  • Renda média: de 11,1% para 12%;

  • Renda média-alta: de 10,4% para 11,3%; 

  • Renda alta: de 10% para 10,8%.

Como a alta dos preços está sendo difícil de lidar, veja o calendário do Auxílio Gás de junho e saiba se você tem direito ao benefício a partir da leitura deste artigo.