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Levantamento da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) mostra que, entre 16 de março e 31 de dezembro de 2021, os bancos fizeram renegociação de crédito em cerca de 17 milhões de contratos que estavam com pagamento em dia. A medida foi tomada como forma de minimizar os impactos da pandemia.

Esses acordos, de acordo com o estudo, divulgado nesta segunda-feira (3), deram um prazo extra de 60 a 180 dias para os devedores pagarem suas prestações. O volume total das prestações que teve o pagamento suspenso e prorrogado foi de quase R$ 150 bilhões.

Desse total, a maior parte, ou cerca de R$ 80 bilhões, era de contratos feitos com pequenas empresas e pessoas físicas.

Em março de 2021, o prazo de carência das linhas de crédito emergenciais foi estendido, passando para até 90 dias. Essa medida foi tomada tendo em vista o agravamento da pandemia.

Mais crédito liberado 

Ainda segundo a Febraban, que utilizou dados do Banco Central para o levantamento, a concessão de créditos atingiu recorde histórico no período, chegando a R$ 4,5 trilhões entre março de 2020 e março de 2021, com um volume médio de R$ 347,3 bilhões por mês. Esse valor é 6,3% maior do que a média mensal de 2019, ano em que não havia pandemia.

Taxas mais baixas

Outro destaque do relatório da Febraban é que as taxas de juros estão em níveis mais baixos do que sua média histórica.  A taxa média de juros do Sistema Financeiro Nacional recuou de 23% ao ano em fevereiro de 2020 para 20% em março. Em setembro, ela atingiu sua menor marca na história: 18,1%. Importante dizer que esses percentuais se referem à média do sistema, e não a uma linha específica.

A taxa média de inadimplência (pagamentos atrasados em mais de 90 dias) também recuou. Em dezembro, chegou a 2,1% ao ano. Antes da pandemia, ela superava 3% ao ano.

No comunicado, a federação avalia que essa queda está também relacionada aos programas de renegociação de dívidas e ao aumento do prazo de carência de diversas linhas, ambos concedidos ao longo de 2020.