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O comércio online ganhou força com a pandemia da Covid-19, e 91% dos internautas realizaram alguma compra na internet nos últimos 12 meses. É o que aponta a pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) divulgada nesta quarta-feira (26). O crescimento é de 5 pontos percentuais em comparação com 2019.

O levantamento considerou 23 categorias, sendo o delivery de comida aquela que mais cresceu. Ao todo, 55% dos entrevistados disseram ter feito alguma compra do tipo, ante 30% do estudo anterior. O avanço explica-se pelas medidas de restrição impostas a bares e restaurantes, que ampliaram a entrega em domicílio.

As compras virtuais em supermercados também tiveram crescimento de destaque, de 9% (2019) para 30% (2021). Isso porque muitas pessoas optaram por não sair de casa e/ou evitaram as idas à rua durante a pandemia.

“Os aplicativos cresceram como canal de consumo de diversos itens pesquisados, principalmente no segmento de entrega de alimentos”, disse o presidente da CNDL José César da Costa, em comunicado divulgado pela instituição. “O consumidor está cada dia mais habituado a acompanhar as ofertas e condições de entrega como frete grátis e programas de fidelidade, muito comuns nesse tipo de e-commerce”, completou. 

O 3º maior crescimento apontado na pesquisa foram os cursos online, com aumento de 11 pontos percentuais em relação a 2019. O segmento alcançou 20% dos entrevistados. 

Os serviços de streaming continuaram crescendo. Filmes tiveram aumento de 9 pontos percentuais (a 36% dos entrevistados) e músicas cresceram 8 pontos percentuais (a 19%). A avaliação é que esse crescimento se deveu em bastante medida ao fato de shows terem sido vetados e cinemas e teatros terem ficado fechados na maior parte do tempo desde o início da pandemia, abrindo espaço para a alta das compras de filmes músicas e seriados.  

Aparelhos mais usados para fazer a compra

O dispositivo mais usado para comprar pela internet foi o celular smartphone (87%), de acordo com a pesquisa. O item avançou 20 pontos percentuais em relação ao estudo de 2019 e recebeu especial predileção pelos mais jovens. Na faixa de 18 a 34 anos, 93% usam esses aparelhos para consumir online. 

Já os notebooks ficaram em 2º lugar (40%), enquanto os computadores desktop (de mesa) tiveram queda de 11 pontos percentuais: de 39% em 2019 para 28% neste ano.

Aumento das compras, recuo do valor médio

Embora tenha havido um aumento no percentual de pessoas que compram pela internet em 12 meses –assim como na frequência média das compras (de 7 vezes para 8,5 vezes), houve um recuo do valor do valor médio de cada compra. Ele passou de R$ 307,76 para R$ 265,63.

O cartão de crédito foi a forma de pagamento mais usada pelos consumidores (62%). O boleto bancário ficou em 2º lugar, mas teve queda de 15 pontos percentuais (de 48% para 33% nesta pesquisa).

Houve inclusão de duas modalidades de pagamento que não estavam no estudo de 2019: cartão de débito, que ficou em 3º lugar (27%) e o PIX, que ficou na 4ª posição (23%).

A pesquisa foi realizada em parceria com a Offer Wise Pesquisas entre os dias 30 de março e 7 de abril. Foram entrevistados 958 consumidores com idade igual ou maior a 18 anos, de todas as classes econômicas.

Fatores determinantes para a compra

O fator mais mencionado pelos entrevistados para tomada de decisão de fazer uma compra é o frete grátis (45%). Logo em seguida, os preços baixos (44%). Depois, as promoções (39%).

A possibilidade de retirada na loja caiu 7 pontos percentuais na hierarquia de importância definida pelos consumidores. Na atual pesquisa, foi citada por 14%. Um possível motivo para a redução é a dificuldade de mobilidade causada pela pandemia. 

A pesquisa também aponta que os consumidores esperam encontrar depoimentos e avaliações de outros clientes (48%), bem como uma ficha técnica do produto (48%).

Como a comida foi o principal destaque das compras online neste ano, fica uma dica: leia esse artigo que fala sobre o tipo de comida que se está comprando durante a pandemia.