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Quando falamos em impostos cobrados nas transações feitas por pessoas físicas e jurídicas, um dos mais comuns é o Imposto Sobre Operações Financeiras. Mas você realmente sabe o que é o IOF e como funciona essa cobrança?

Saber para que o IOF serve e como verificar o valor do imposto em operações realizadas é importante para entender quanto você paga ao governo nas mais diferentes transações.

Isso permite mais controle sobre seu dinheiro, afinal você saberá quanto, de fato, sai da sua conta em diferentes operações nas quais há incidência de IOF. 

Veja o que é o IOF, em quais operações há cobrança desse imposto e como saber os valores que saem do seu bolso para o pagamento desse imposto.

O que é o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras)?   

IOF é a sigla para Imposto sobre Operações Financeiras e trata-se de um imposto federal cobrado sobre operações de crédito, câmbio, seguros e outras relativas a títulos ou valores mobiliários, como explica a Receita Federal.

Esse imposto é cobrado e recolhido pelas empresas que concedem crédito, operam câmbio, seguradoras e outras instituições financeiras que vendem títulos, por exemplo. O IOF foi estabelecido, no modelo que é usado hoje, em 1994.

Para que serve IOF?

O Imposto sobre Operações Financeiras é uma fonte de arrecadação do governo e ferramenta para a regulação da economia brasileira. Esse imposto tem o papel principalmente de incentivar ou desincentivar determinados setores e atividades.

Além disso, o IOF pode ser analisado como um indicador que mostra se estão acontecendo mais ou menos operações financeiras. Se a arrecadação por meio do imposto aumenta, pode ser um indicativo de que mais gente está recorrendo ao crédito, por exemplo.

Quando o IOF é cobrado?  

O Imposto sobre Operações Financeiras é cobrado sobre operações como:

  • Uso de cartão de crédito no exterior, seja quando você está viajando ou quando faz compras em um site lá de fora;
  • Pedidos de empréstimos, empréstimo consignado ou de financiamentos (exceto financiamento de imóveis, que são isentos de IOF);
  • Venda ou compra de moedas estrangeiras em espécie, ou seja, nas operações de câmbio;
  • Ao fazer seguros;
  • No resgate de investimentos que preveem a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras, como CDB e Tesouro Direto;
  • Quando alguém usa o cheque especial ou o crédito rotativo do cartão de crédito.

Sempre que realizar qualquer operação dessas, fique de olho no valor do IOF. Essa grana vai sair do seu bolso e pode pesar mais do que o imaginado. É fácil conferir o valor de IOF das transações realizadas e ainda é possível calcular quanto do imposto vai ser cobrado.

Como saber o valor do IOF?   

Entender o valor do IOF é mais fácil do que se imagina. Em todas as operações, o IOF aparece descrito em contratos, faturas ou extratos, por exemplo. Em transações de crédito, ele aparece no CET (Custo Efetivo Total). Por isso, leia esses documentos com atenção.

Além disso, a cobrança e valores do IOF dependem do tipo de transação e também de algumas particularidades relacionadas a datas. Veja como o IOF é cobrado.

Compras internacionais

Em compras no exterior ou sites estrangeiros realizadas com cartões de crédito ou pré-pagos, o IOF é de 3,5% sobre o valor total das compras (vigente a partir de 23 de maio de 2025).

Para facilitar, suponha que você fez uma compra de 100 dólares em um site internacional e que o dólar esteja cotado a R$ 5,50 no dia do fechamento da fatura:

1. Valor convertido em reais: US$ 100 × R$ 5,50 = R$ 550,00

2. IOF sobre a transação: 3,5% de R$ 550,00 = R$ 19,25

3. Total a pagar: R$ 550,00 + R$ 19,25 = R$ 569,25

Crédito rotativo e cheque especial

Quem utiliza o cheque especial ou o rotativo do cartão de crédito paga 0,38% de IOF sobre o valor do cheque especial que foi usado ou do saldo restante da fatura que entrou no rotativo.

Além disso, há a cobrança de 0,0082% por dia de atraso até que os valores do rotativo ou do cheque especial sejam quitados. Por isso, quanto mais dias a dívida ficar sem ser paga, maior será a porcentagem cobrada de IOF.

Câmbio

Para compra e venda em operações de câmbio, tais como aquisição de moeda estrangeira (quando se compra dólares americanos para ir a uma viagem aos Estados Unidos, por exemplo), a cobrança é de 3,5% de IOF sobre os valores comercializados (após o aumento vigente a partir de 23 de maio de 2025).

Financiamentos e empréstimos

O IOF é de 0,38% do valor total do empréstimo ou financiamento. Além disso, há o acréscimo de 0,0082% diariamente de acordo com o prazo total previsto para que a dívida seja paga. Vale checar o Custo Efetivo Total da dívida.

Investimentos

O IOF incide em rendimentos de investimentos como CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), títulos do Tesouro Direto e Letras de Câmbio (LC), por exemplo, e apenas se os valores investidos forem retirados dos títulos antes de 30 dias depois da aplicação.

Quanto mais cedo o dinheiro for retirado, maior será a porcentagem do IOF. Ela pode variar de 96% do rendimento, caso a retirada seja feita 1 dia depois do investimento; até 3% caso o valor seja resgatado após 29 dias contados da aplicação.

Seguros

Para seguros, o IOF é variável e pode sobre ser cobrado sobre o prêmio do seguro, que é o valor que um cliente paga para contratar um seguro. No seguro patrimonial, de carro ou de residência, a alíquota de IOF é de 7,38%. O IOF no seguro de vida é zerado para valores de até R$ 50 mil e de 5% sobre valores acima de R$ 50 mil (vigente a partir de 23 de maio de 2025).

Por exemplo, se você fizer um aporte mensal de R$ 80.000 em um plano VGBL:

  • Os primeiros R$ 50.000 não terão IOF.
  • Os R$ 30.000 excedentes terão incidência de 5% de IOF, ou seja:
    • R$ 30.000 × 5% = R$ 1.000 de IOF

Como evitar a cobrança do IOF?   

É possível evitar a incidência de IOF mesmo nas transações em que o imposto é cobrado. No caso das operações de compra de títulos CDB ou do Tesouro Direto, você não paga o imposto se deixar o dinheiro investido por mais de 30 dias.

Na cobrança que acontece sobre o cheque especial, tente não prolongar por muito tempo o uso e fique o mínimo possível no cheque especial.

Com o crédito rotativo, a ideia é a mesma: evite pagar o mínimo da fatura, caso contrário o IOF vai aumentar o valor que deverá ser pago no próximo mês.

No caso das compras online, dar preferência para lojas nacionais é uma alternativa para evitar o IOF. Porém, se a compra for em lojas do exterior, não tem jeito: será cobrado o imposto. O mesmo vale para câmbio ou quando você usar cartão de crédito lá fora.

Por fim, com exceção do financiamento de imóveis, todos os outros e também as operações de empréstimos e os seguros também terão sobre o seu valor a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras.

Como vimos, uma das operações financeiras que podem envolver a cobrança de IOF é o uso de cartão de crédito.

Mas dependendo do seu objetivo financeiro, é possível evitar esse imposto ao usar outras opções de pagamento. Entenda quando comprar com cartão de crédito ou débito!