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As tentativas de fraudes financeiras com CPFs de pessoas já falecidas aumentaram 33% no 1º trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado. 

O levantamento é da empresa idwall, que fornece soluções de combate à fraude de identidade e gestão de risco. Os dados do estudo foram enviados à redação do blog Amigo do Dinheiro. 

Em uma das tentativas de golpe mapeadas, o mesmo CPF de uma pessoa já falecida foi usado 74 vezes em empresas diferentes.  

Segundo a análise, o aumento das tentativas de fraude coincide com dois eventos importantes: o pagamento do auxílio emergencial, de abril a agosto de 2020, e o vazamento de dados que aconteceu em janeiro deste ano e expôs informações de 223 milhões de CPFs e 40 milhões de CNPJs. 

O levantamento levou em conta dados da base de clientes da empresa. Os números totais dessa base não são fornecidos pela idwall. 

Fraudes financeiras com CPF e auxílio emergencial

Esse tipo de golpe financeiro não é novidade, mas está crescendo. Entre 2018 e 2020, as tentativas de fraude com CPF de pessoas já falecidas aumentaram 200%, de acordo com o estudo.

O aumento dessa prática coincide com a 1ª remessa do pagamento do auxílio emergencial, ocorrida nos primeiros meses de 2020. Segundo a idwall, as tentativas de golpe começaram a crescer em abril e registraram pico de 0,11% em julho.
Em setembro, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também apontou o crescimento de tentativas de várias modalidades de fraudes financeiras durante a pandemia.
Segundo a federação, durante a quarentena as instituições financeiras registraram crescimento de 80% nas tentativas de ataques de pescaria digital (ou phishing, no termo em inglês), que acontecem quando o usuário acessa um link com vírus ou que redireciona para sites falsos.
Já os golpes de pessoas que se passam por funcionários dos bancos ou de centrais telefônicas aumentaram em 70% durante o período de isolamento social. Houve também crescimento de 60% nas tentativas de ataques contra idosos. 

Como os dados são usados por fraudadores

As fraudes financeiras custam caro aos cofres do país. Em 2018, o Brasil perdeu mais de R$ 213 bilhões com golpes do tipo, como revelou o estudo global Report to the Nations

Na avaliação da empresa idwall, esse número tende a crescer no mercado que passa por acelerada transformação digital, principalmente por vazamento de dados pessoais e ataques de phishing. O jeito é ficar com o “desconfiômetro” sempre ligado.  

Há muitas formas de os fraudadores usarem dados roubados de usuários. As principais são:  

  • Saques de FGTS, Bolsa Família e auxílio emergencial; 

  • Ações criminosas pelo WhatsApp de pessoas que tiveram celular furtado; 

  • Criação de contas bancárias digitais;

  • Compras online

  • Pedir empréstimos e outros tipos de créditos online; 

  • Alugar veículos e imóveis; 

  • Qualquer tipo de transação que não exige validação de identidade.

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