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Taxa média de juros alcança 28,7% em agosto e mantém tendência de alta

Mesmo endividados com cartão de crédito e cheque especial, aumenta número de brasileiros que recorrem aos empréstimos, avalia BC

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29.09.2022

 

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PorRedacao | Millena PAN

A taxa média de juros das concessões de crédito livre e direcionado alcançou 28,7% e teve redução de 0,7 ponto percentual em agosto, mas mantém a tendência de alta em 7,6 pontos percentuais em 12 meses, segundo as Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas nesta quarta-feira (28) pelo Banco Central (BC).

A taxa do crédito livre permite que os bancos tenham autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas aos clientes. Em contrapartida, o crédito direcionado, que tem regras definidas pelo governo, é destinado basicamente aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e ao microcrédito, explica o BC.

A alta dos juros bancários médios ocorre em um momento em que a taxa básica de juros da economia, a Selic, principal instrumento usado pelo BC para alcançar a meta de inflação, está em 13,75%, maior nível desde janeiro de 2017. Na última quarta-feira (21), em reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a Selic foi mantida nesse patamar e deve permanecer até o fim deste ano.  

CARTÃO DE CRÉDITO

O destaque dos dados divulgados pelo BC foi o cartão de crédito, com alta de 2,1 pontos percentuais no mês e 25,5 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 87,3% ao ano. No crédito rotativo, quando o cliente paga menos que o valor integral da fatura do cartão, houve aumento de 3,5 pontos percentuais no mês e 62,9 pontos percentuais em 12 meses, para 398,4% ao ano.

Após os 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida. Nesse caso do cartão parcelado, os juros subiram 4,2 pontos percentuais no mês e 22,3 pontos percentuais em 12 meses, para 185,9% ao ano.

CHEQUE ESPECIAL

A taxa do cheque especial teve alta de 1,2 ponto percentual no mês e 3,5 pontos percentuais em 12 meses (128,6% ao ano). Por outro lado, os juros do crédito pessoal não consignado caíram 1,1 ponto percentual no mês de agosto e aumentaram 5,5 pontos percentuais em 12 meses (85,4% ao ano).

CONTRATAÇÕES EM ALTA

Ainda que os juros apresentem alta, em agosto, o estoque de todos os empréstimos concedidos pelos bancos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) ficou em R$ 5,067 trilhões, com aumento de 1,6% em relação a julho. O crescimento em 12 meses da carteira chegou a 16,8% no mês passado. O saldo do crédito correspondeu a 54,3% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços que o país produz, afirma o BC.

ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS

As famílias brasileiras continuam endividadas, segundo dados do BC. A inadimplência apresenta oscilações, e registrou 2,8% em agosto. Nas operações de crédito livre para pessoas físicas, o endividamento está em 5,6%, e para pessoas jurídicas em 1,8%. Os inadimplentes, explica o BC, são aqueles considerados com as contas em atraso acima de 90 dias.