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Os brasileiros estão cada vez mais endividados. Os fatores disso já têm sido amplamente diagnosticados: com a queda abrupta na renda durante a pandemia e, em paralelo, o aumento da inflação, muitas famílias precisaram recorrer ao sistema de crédito para manter o padrão de consumo.

No dia a dia, isso significa ter que pagar a compra do mês no supermercado com o cartão de crédito – e não com dinheiro, por exemplo.

Outras, em situação ainda mais delicada, não conseguiram segurar as contas da casa e precisaram recorrer a empréstimos para não ficar sem os serviços essenciais, como o abastecimento de eletricidade, ou mesmo não deixarem de pagar o aluguel ao fim do mês. 

À medida que os números vão sendo atualizados, a deterioração dessa conjuntura se vê mais aguçada: em agosto, 79% das famílias brasileiras estavam endividadas e, dentre elas, 30% engrossavam a lista da inadimplência, conforme pesquisa da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

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A forma de perceber essa realidade está na busca de pessoas endividadas pelos mutirões que, a partir de agora, serão organizados por bancos, cooperativas, redes de lojas e até instituições de negociação para quitar o máximo possível das dívidas dos clientes.

Mas, ainda assim, muita gente não conseguirá pagar as despesas sem deixar outras para trás ou, em um caso pior, começar outras a partir de agora. Assim, como sair desse ciclo perverso de dívidas?

DICAS PARA LIDAR COM DÍVIDAS

Os dados dos relatórios mais recentes mostram que os dois principais vetores das dívidas dos brasileiros são o cartão de crédito e os carnês. O primeiro é causa da dívida de oito em cada dez (85%) lares brasileiros, enquanto os boletos representam as despesas de 19,4% das famílias.

Ou seja, o que mais endivida no Brasil de hoje é uma conta que vem de outra conta – o cartão que, ao fim do mês, deve ser liquidado por meio da fatura.

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Se é o meio mais prático de acessar o crédito, ele também é o mais caro. 

Se o cliente pagar o valor mínimo da fatura, por exemplo, o valor total será empurrado para o mês seguinte com um acréscimo de, no mínimo, 12,5% (em algumas instituições ela chega a 17%). 

Essa é a taxa de juros do chamado crédito rotativo, quando o pagamento integral da conta é adiada por decisão do dono do cartão. E, a cada mês que esse valor não é quitado, a mesma porcentagem incide sobre o montante total – o que pode acabar criar uma bola de neve de mais de 300% ao ano.

É por isso que, na verdade, se a fatura ficar alta demais para pagar o valor total, ainda assim considerar pedir um empréstimo no banco ou em alguma instituição financeira pode ser mais vantajoso. Isso porque, dependendo das condições ofertadas, será mais barato pagar as prestações do financiamento do que arcar com os juros do cartão.

De forma ligeira, isso se vê nos juros anuais das duas modalidades: enquanto o rotativo do cartão é de 300%, os do crédito pessoal rondam a casa dos 120%.

Essa dica, porém, não vale se a dívida for de alguma conta doméstica, como o boleto de água ou de luz, por exemplo. Neste caso, o ideal é tentar negociar com o prestador do serviço ou, no máximo, priorizar o pagamento para não ficar sem o abastecimento. 

Como a parcela da renda das famílias comprometida com dívidas é de cerca de 30%, de acordo com a CNC, ainda assim sobra algum recurso para impedir que elas atrasem – ou, se acontecer, para não deixar que elas se acumulem.

Isso porque, se for necessário pedir empréstimos a cada mês para quitar essas despesas, a bola de neve só mudará de lugar.

 

LinkedIn: Breno Herman Mendes Barlach

Instagram: @planocde

 

*Este artigo é de autoria do colunista Breno Barlach e não reflete, necessariamente, a opinião do Banco PAN.

É possível simular os limites e valores de cada recurso. Simulador de empréstimo consignado e também o cartão de crédito consignado.