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Opinião: 4 passos para ter uma vida financeira organizada

Quem não se lembra do famoso slogan de campanha de Barack Obama, então candidato à Presidência dos Estados Unidos? “Yes, we can!” (“Sim, nós podemos!”, na tradução do inglês).

Sim, todos podem (e devem) ter uma vida financeira organizada e uma relação saudável com suas finanças, mesmo que grande parte dos brasileiros, infelizmente, acredite que isso só seja possível quando se tem muito dinheiro.

A verdade é que todas as pessoas (independentemente de classe social) deveriam ter uma organização financeira para que se tenha uma relação saudável com seu dinheiro, que também significa qualidade de vida.

Economia e finanças não são assuntos apenas da elite. Ao contrário, são temas presentes no nosso dia a dia.

Quem já não perdeu o sono por causa de dinheiro? Quem nunca soube de famílias que brigaram por causa de herança? Quem não conhece alguma história trágica de crimes ou assassinatos por dinheiro? Ou separações de casais? Motivos financeiros representam a segunda maior causa de divórcio no Brasil e o principal motivo de briga de um casal.

Então, se faz parte da nossa vida, precisamos falar a respeito para quebrar o tabu. Eu acredito que o início do fim de um tabu é quando começamos a falar sobre o assunto. Leia artigo aqui no blog “Porque não falamos de dinheiro”.

Falar sobre dinheiro é uma grande dica. Agora então, vamos aos passos para a sua organização financeira:

1.  DOMINE SUAS FINANÇAS

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Saiba exatamente qual é o seu rendimento líquido, seus custos – essencial para sobrevivência como aluguel/prestação casa própria, alimentação, luz e água – e despesas (transporte, educação, roupas, presentes, lazer etc).

Classifique-os em custos fixos e variáveis e despesas essenciais e supérfluas. Lembre-se que a escrita tem poder. Por melhor que seja sua memória, não confie nela. Use um sistema de controle, seja o tradicional caderninho, a planilha Excel ou um software.

Para ter o domínio sobre suas finanças é importante criar o hábito, uma rotina de anotar diariamente seus gastos, dos mais simples aos mais sofisticados. Tenha em mente que cartão de crédito é apenas um meio de pagamento, logo, significa que cartão de crédito é dinheiro e tudo o que for pago com ele deve ser anotado de forma detalhada.

Anote diariamente e mensalmente, analise se o que estava previsto foi condizente ao realizado. Leia o artigo Cartão de crédito: aliado ou vilão?.

2.  EQUILIBRE RENDA E GASTOS

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Parece simples: se você gasta mais do que sua renda, a conta nunca vai fechar.  Mas infelizmente, não é tão simples assim. Se você não controla, você não saberá disso.

Portanto, saber disso, identificando os motivos que fazem você gastar mais do que sua capacidade de renda, é essencial para sua organização e equilíbrio financeiro.

O resultado do primeiro passo: dominar suas finanças é ter essa identificação.

Posteriormente, faça o teste abaixo e identifique também se você possui algum destes inimigos:

  • Você usa o limite da conta “o famoso cheque especial”;
  • Você paga o mínimo ou menos que o valor total da fatura do cartão de crédito;
  • Você possui mais que um empréstimo;
  • Você paga contas com atraso;
  • Você pede dinheiro emprestado para pagar as contas.

Se você respondeu SIM para uma das questões acima, você possui e alimenta uma grande inimiga: as dívidas!

Os juros do cheque especial são de mais de 200% ao ano e do cartão de crédito podem chegar a 400% no mesmo período. É essencial fazer esse diagnóstico e NEGOCIAR.

3.  LIVRE-SE DAS TAREFAS

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Você conhece a Resolução nº 3.919/2010 do Banco Central? Poucos sabem que há mais de 10 anos o BC garante que todo cidadão brasileiro tenha direito de abrir uma conta corrente, em qualquer banco, livre de tarifas. Obviamente, nenhuma instituição financeira vai te dizer isso.

Em média, o valor cobrado de tarifa mensal é de R$ 40,00 – R$ 480,00 ao ano. Para reivindicar seu direito, entre em contato com seu banco e diga que quer uma conta corrente conforme a resolução do Banco Central. Além disso, há instituições financeiras digitais, como o Banco PAN, que não cobram tarifas.

Aproveite e se livre também da anuidade do cartão de crédito.

Existem no mercado várias opção de cartões sem anuidade. Informe-se. A economia pode chegar a R$ 1.440,00 ao ano, visto que a anuidade do cartão de crédito varia de R$ 24,00 a R$ 120,00 ao mês, dependendo do banco, da bandeira e do tipo de cartão.  

4.  MUDE HÁBITOS

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Não perder mais o sono por causa de dinheiro exige mudanças de hábitos. Comece por priorizar suas compras. O ser humano é visual por natureza, então, cada vez que bater a vontade louca de comprar, pense no sono tranquilo e use a regra dos 3 “Ps”

Por que comprar? (verifica utilidade)

Preciso comprar agora? (verifica urgência)

Posso pagar? (verifica capacidade de pagamento e significa pagar sem sacrifícios)

Outra forma de economizar é se perguntar: Por que pagar por coisas que posso ter de graça?

Em média, frequentar uma academia custa de R$ 250,00 por mês, o que significa um gasto ao ano de R$ 3.000,00. Pratique exercícios ao ar livre, como caminhadas, corrida, andar de bicicleta ou use os equipamentos de ginástica que há em alguns parques ou ainda opte “pelo faça você mesmo” e acompanhe os vídeos gratuitos de aulas pelo Youtube.

Por fim, saliento que o objetivo da organização financeira é ajudá-lo a ter uma relação mais saudável com o dinheiro, fazendo com que ele proporcione a você satisfação e felicidade, nunca dor, sofrimento e preocupação.

A relação que você estabelece com o seu dinheiro determinará também sua qualidade de vida. Tenha em mente que você é o dono do seu dinheiro, nunca o contrário.

Ratifico que faz parte de meu propósito de vida “Desmistificar economia e finanças” e, assim, busco trazer e demonstrar que estes são assuntos presentes na nossa vida. Conte comigo para juntos irmos lá e PAN! Acesse minhas redes sociais e envie sua dúvida ou sugestão.

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*Esse artigo é de autoria da colunista Dirlene Silva e não reflete necessariamente a opinião do Banco PAN