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Desemprego cai para 9,8% em maio, menor patamar desde 2015

São 10,6 milhões de desempregados no período, segundo IBGE; renda média diminui e fica em R$ 2.613 no mês

ARTIGOS

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12min. de leitura

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27.05.2021

 

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PorRodrigo Chiodi

 

*Texto atualizado em 30.06.2022

A taxa de desemprego no Brasil, no trimestre móvel de março a maio de 2022, ficou em 9,8%. É o menor patamar para maio desde 2015 (8,3%), de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (30).

Também houve queda expressiva em relação ao trimestre anterior, de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022: 1,4 ponto percentual a menos.

Na prática, 10,6 milhões de brasileiros estavam procurando emprego sem encontrar ao final do último período pesquisado. 

Essa quantidade é 11,5% menor do que a anterior, quando 12 milhões de brasileiros procuravam emprego –  1,4 milhão de pessoas a menos no trimestre móvel atual.

Mais relevante: os dados do período encerrado em maio ainda revelam uma redução de 30,2% na quantidade de brasileiros (15,2 milhões) que procuravam emprego há 1 ano – levando-se em conta o mesmo mês.

Em resumo, menos 4,6 milhões de pessoas estão à procura de emprego no último ciclo avaliado de 2022.

Observação: o nome técnico usado pelo IBGE para esse grupo de pessoas é “população desocupada” – consideradas como desempregadas. 

O instituto inclui nesse grupo apenas quem procurou emprego no mês anterior à pesquisa e não encontrou. Ou seja, se a pessoa estiver sem um emprego, mas não tiver tomado iniciativa de procurá-lo, não entra na conta.

No mesmo período de 2021 (março a maio), a taxa foi de 14,7%, bem acima da atual. 

O instituto destacou ainda que o nível da ocupação (percentual de pessoas em idade de trabalhar, empregadas) chegou a 56,4% em maio. 

Este último dado representa um total estimado de 97,5 milhões de pessoas, trabalhando com ou sem registro em carteira ou de forma autônoma. É um recorde na série histórica iniciada em 2012.

O levantamento do IBGE ainda mostrou que a taxa de informalidade para esse trimestre analisado foi de 40,1% da população ocupada, ou 39,1 milhões de trabalhadores informais.

No trimestre de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022, a taxa fora de 40,2%. No mesmo período de 2021, 39,5%. 

O rendimento médio habitual da população ocupada em maio de 2022 ficou em R$ 2.613. O valor apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior, de dezembro de 2021 a fevereiro de 2022. 

Porém, em comparação ao mesmo período de 2021, houve queda de 7,2% (R$ 2.817).

 

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Mas quem são os desempregados na visão do IBGE? Neste artigo, vamos explicar como essa taxa é calculada e os conceitos por trás de termos como desempregados, desocupados, desalentados e subutilizados.

O QUE É DESEMPREGO?

 Mulher sentada à frente de uma mesa apoia o queixo com as duas mãos e olha para tela de computador

O desemprego não é apenas o fato de não estar trabalhando. Como explica o IBGE, o desemprego acontece quando pessoas com idade legal para trabalhar (ou seja, maiores de 14 anos), estão disponíveis para um emprego, tentam encontrar trabalho e não conseguem. 

Essas pessoas com idade legal para trabalhar também são chamadas pelo termo econômico de População em Idade Ativa ou População Economicamente Ativa.

Parte delas não é considerada desempregada, como por exemplo:

  • Pessoas empreendedoras;
  • Estudantes que se dedicam de forma integral aos estudos;
  • Pessoas que trabalham no lar e não possuem emprego fora de casa;
  • Adolescentes que estão em idade escolar;
  • Aposentados;

Grupos que, em geral, não querem ou não possuem condições para trabalhar.

Para o cálculo da taxa, o IBGE considera como desempregadas apenas as pessoas que procuraram um trabalho 1 mês antes da pesquisa. 

O IBGE explica que pessoas que recebem benefícios sociais, como Bolsa Família, Seguro-Desemprego, Auxílio Emergencial e outros, também podem entrar no cálculo de desemprego, pois não possuem relação direta entre receber esses benefícios e estar em um emprego ou procurar procurando por ele. 

COMO A TAXA DE DESEMPREGO É CALCULADA?

Foto mostra pessoa sentada à frente de uma mesa em que há um laptop escrevendo em um papel com a mão direita e com a esquerda sobre um tablet

Para calcular a taxa de desemprego, o IBGE usa a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que registra dados do mercado de trabalho e também do mercado informal.

A pesquisa analisa dados de ocupações no setor privado (com ou sem registro em carteira de trabalho), no setor público e também de quem trabalha por conta própria.

De acordo com parâmetros da OIT (Organização Internacional do Trabalho), o IBGE tem uma série de metodologias que mostra quantas pessoas estão desempregadas no Brasil . A pesquisa é feita a cada 3 meses e visita mais de 200 mil domicílios nesse período.

A taxa de desemprego no Brasil é divulgada na PNAD Contínua como “taxa de desocupação”, para classificar qual a porcentagem da população que poderia trabalhar, mas não conseguiu emprego no trimestre analisado. 

O estudo também mostra o número de brasileiros ocupados (que estavam trabalhando, seja de maneira formal ou informal) e também os desempregados, os desalentados, os subocupados e os subutilizados.

É importante não esquecer que a taxa de desemprego pode variar de acordo com inúmeros fatores. Um deles é a sazonalidade: o nível de emprego pode variar em diferentes épocas do ano e em diversos setores. 

O fim do ano, por exemplo, é marcado pelo aumento da oferta de vagas temporárias, principalmente no comércio (para as vendas de Natal, por exemplo). Porém, no começo do ano, parte dessas vagas é fechada, o que contribui para o aumento do desemprego nessa época.

Outro indicador usado para mensurar o nível de emprego no Brasil é o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado pelo Ministério da Economia. Ele  contabiliza admissão e demissão de trabalhadores em vagas formais.

DIFERENÇAS ENTRE DESEMPREGO, DESOCUPAÇÃO, SUBOCUPAÇÃO, DESALENTO E SUBUTILIZAÇÃO 

Homem de costas sentado em um banco em uma praça com uma mochila preta ao lado

O desemprego é a maneira popular de explicar a situação de uma pessoa que não trabalha. Em geral, é a forma mais comum para se referir à ausência de emprego. Mas, dentro desse conceito, existem outros grupos que formam o que podemos chamar de desempregados.

O IBGE usa o termo desocupação para se referir a quem não está trabalhando, mas tomou alguma ação para encontrar emprego e, se tivesse conseguido, poderia assumir a posição de trabalho.

A PNAD Contínua também traz a informação de subocupação. Esse termo explica aquela parte da população brasileira que até trabalhou algumas horas por semana, mas não na quantidade que gostaria e que poderia trabalhar mais. Ou seja, em vez das 40 horas semanais que os empregos em geral possuem, as pessoas subocupadas trabalharam menos (fazendo bicos, por exemplo). 

O IBGE também mostra os desalentados. Essa parcela da população gostaria de trabalhar, tem disponibilidade para isso, porém não procura emprego porque não acredita que vá encontrar. No trimestre encerrado em junho de 2021, eles eram 5,6 milhões de pessoas.

Portanto, desalentados são pessoas que desistiram da busca por trabalho, seja por não conseguir emprego no lugar em que vivem, pela falta de um trabalho que consideram adequado, por se acharem sem experiência ou qualificação para vagas ou por questão de idade (se veem com idade avançada ou novos demais para trabalhar).

Por fim, a subutilização é uma medida que reúne os desocupados, os subocupados, os desalentados e pessoas que buscaram trabalho e não puderam assumir a vaga, por exemplo. No trimestre encerrado em junho de 2021, a taxa de subutilização ficou em 28,6%, com 32,2 milhões de pessoas nessa condição.

É a reunião de todos os grupos que não faziam parte da parcela de pessoas que trabalham as 40 horas semanais de empregos convencionais ou dos que não querem ou não podem trabalhar (adolescentes em idade escolar, por exemplo).

O IBGE divide da seguinte maneira a subutilização:

  • Desocupados;

  • Subocupados;

  • Desalentados;

  • Pessoas que buscaram trabalho, mas não poderiam assumir a vaga;

  • Quem não buscou emprego, mas tinha disponibilidade para isso;

  • Pessoas que não querem trabalhar.

Essas diferenças entre desocupação, subocupação e desalento ajudam a entender como o desemprego no Brasil é um tema complexo. 

Por exemplo: a taxa de desocupados pode diminuir, mas não necessariamente é uma boa notícia: a queda pode ter sido causada porque o número de desalentados (pessoas que desistiram de procurar emprego) aumentou.

Se você está em busca de trabalho ou conhece pessoas próximas que estão nessa situação, veja o que os sites especializados sugerem na hora de buscar emprego!

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