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Opinião: Empreender não tem que ser ação solitária; veja 3 dicas

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12min. de leitura

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29.07.2022

 

PorRedacao | Millena PAN

 

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Recebo através das redes sociais vários pedidos para escrever sobre empreendedorismo e gestão de negócios. Os relatos recebidos são os mais variados, mas há algo em comum: a sensação de solidão das pessoas.

Então, atendendo aos empreendedores e para demonstrar que o empreendedorismo não precisa ser solitário, escrevo este artigo que vai além das tradicionais dicas financeiras, pois um empreendedor precisa aprender muito mais que finanças para gerir seu negócio e garantir a continuidade do mesmo.

Durante a pandemia, o índice de mortalidade de empresas e negócios disparou. A cada 10 empresas, 4 fecharam as portas. Os mais atingidos foram os autônomos, micros e pequenos empresários.

Em contrapartida, 3,9 milhões de microempreendedores individuais (MEIs) surgiram somente em 2021, um crescimento de 19,80% em relação a 2020, segundo a Agência Brasil.

Entretanto, muitas dessas empresas geridas por MEI’s foram abertas por pessoas que perderam seus empregos e que, por necessidade, entraram no mundo do empreendedorismo.

Essa falta de planejamento para montar um negócio, desconhecimento de gestão e ausência de comportamento empreendedor preocupam, pois são justamente esses os principais fatores de fechamento de empresas no Brasil, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae).

Ainda que a maioria das pessoas que empreenda faça isso por ser algo que domine, não basta ser excelente no que faz para levar o negócio adiante. Noções básicas de economia, finanças e estratégias de gestão podem salvar seu empreendimento das estatísticas de morte prematura.

Confirmando que o empreendedorismo não precisa ser solitário, deixo três dicas simples para alavancar seu negócio.

 1.   Planejamento

Mulher branca em um escritório seguram um tablet em uma mão e faz anotações em uma folha de papel com a outra

 

No mundo ideal, o empreendedorismo começa pelo bom planejamento, que são as ideias, escritas de forma estratégicas. Planejar as personas (clientes), canais e formas de comunicação, vendas, faturamento, custos, despesas, bem como as ações de marketing que vão gerar vendas.

Já no mundo real, o que acontece no dia a dia do empreendedor que abre seu negócio no sufoco para ter como comprar comida e sobreviver, quase sempre esse planejamento não existe. Se esse é seu caso, não desanime. Nunca é tarde e sempre é tempo de aprender, melhorar o que já existe ou implementar algo novo.

Quando se fala em estratégia, o primeiro pensamento é: “Isso não é para mim, pois meu negócio é pequeno”. Entretanto, estratégias podem ser atitudes simples como:

Colocar o cliente no centro. Entender como seu produto ou serviço pode ajudá-lo é uma estratégia simples e assertiva. Para isso, solicite que o cliente avalie o produto/serviço. Peça opiniões e sugestões. Esteja aberto a tudo o que vier.

Use a tecnologia para criar canais de comunicação e conhecer as necessidades do seu cliente. Dessa forma, será possível solidificar e construir relacionamentos mais empáticos, mudando a maneira de tratar o consumidor. Mas lembre-se que não adianta ser digital e não ser humano.

É importante ouvir as necessidades dos clientes, responder e saber lidar com as situações, sendo empático e reflexivo. Nem sempre o consumidor tem razão, mas ele sempre merece ser ouvido. Isso vai determinar a fidelização dele. Lembre-se: pior do que não indicar é contraindicar!

Não confie apenas em sua memória, por melhor que ela seja. Use um sistema de agenda tradicional ou online, criando um hábito, uma rotina de anotar as contas a pagar, a receber e de organizar as tarefas diárias, das mais simples às mais sofisticadas.

 

2.   Gestão financeira

Homem branco faz anotações em uma agenda. Ele está, no que parece ser, uma bancada de cozinha. Ao seu lado há um laptop

A gestão financeira é um ponto bastante sensível. Na maioria das vezes, o empreendedor é uma referência em sua área e justamente por isto decidiu empreender, mas comumente desconhece como gerir um negócio.

Infelizmente não aprendemos finanças pessoais na escola. E pior ainda, há um bloqueio e até vergonha de conversar sobre o assunto. Leia aqui no blog artigos que vão ajudar você a se libertar desses bloqueios – “Por que não falamos sobre dinheiro” e “7 passos para se livrar das crenças limitantes sobre dinheiro”.

Embora as empresas de quem é MEI não sejam obrigadas a possuir contador, há várias questões técnicas que precisam ser resolvidas. Então, é importante que você acesse constantemente o Portal do Empreendedor e fique atento aos prazos para pagamento de impostos, taxas, envio de declarações e relatórios para que não acarrete prejuízos financeiros.

Faço esse alerta aqui, pois envolve dinheiro, mas diz respeito ao item anterior “não confie na memória”.

Faturar é diferente do que receber. Faturamento significa que você vendeu, mas nem sempre quer dizer que você recebeu. A não ser que você venda somente à vista (dinheiro em espécie ou PIX).

Se você vendeu no cartão de crédito, significa que receberá somente daqui a 30 dias. E mesmo se foi no cartão de débito, demorará de um a dois dias para receber.

Além disso, tanto para crédito como débito, o valor recebido não será o mesmo valor vendido. Fique atento ao que chamo de custo invisível. Para os casos de venda a prazo, novamente chamo atenção para o item “não confiar na memória”.

Vender algo e começar a gastar o dinheiro que você ainda nem recebeu é um risco enorme que, sem dúvida, determina a continuidade do negócio.

Também dê atenção às tarifas e taxas bancárias cobradas, pois representam custos invisíveis que podem pesar no final das contas.

Adote um sistema de organização e controle financeiro. Há as tradicionais planilhas em Excel ou os softwares (alguns simples e gratuitos) na internet.

Um conselho muito comum é separar o seu dinheiro do dinheiro do seu negócio, ou seja, separar CNPJ de CPF, o que é ultra necessário mesmo. Contudo, no mundo real nem sempre é possível, pois no sufoco, todo o dinheiro que entra você utiliza para pagar as contas, ainda mais se você não adotar um mecanismo de controle.

Entretanto, fazer essa separação é um ato crucial para o negócio se manter saudável. Então, se você não fez ainda, faça-a. Tenha muita atenção, pois a forma como você lida com o dinheiro determinará onde você vai chegar.

Revise constantemente a forma de precificação. Muitos empreendedores não se atentam para isso e se pegam apenas “trocando” dinheiro ou pagando para trabalhar. Aqui novamente aparecerá a dica para “não confiar apenas na memória”. Anote todos os custos que você teve para incluir no preço do produto ou serviço.

Logicamente, além dos custos, é necessário considerar o seu lucro (ganho).

3.   Aprenda sempre e anote as lições apreendidas

Mãos de uma pessoa branca digitam em um laptop. Na tela, uma planilha de Excel, com gráficos

Busque o aprendizado contínuo. Aprender não está restrito ao fato de estar matriculado em um curso regular. Formação é importante, mas atualização é essencial.

É possível se atualizar lendo um livro, um jornal, acessando sites, portais de notícias ou as redes sociais, assistindo a uma Live, ouvindo um podcast, participando de um curso rápido gratuito ou de uma mentoria coletiva ou, ainda, observando a você mesmo, as outras pessoas ou conversando com elas. Mas converse a fim de trocar ideais, não apenas para reclamar ou criticar.

Não tenha medo de errar (é errando que se aprende), mas não cometa sempre os mesmos erros.

Leia também: OPINIÃO - Saiba porque educação financeira é importante para você

As lições aprendidas são os conhecimentos adquiridos durante a realização de um processo ou projeto e, portanto, fazem parte do processo de aprendizagem. Registre todos os acertos e erros cometidos.

A ideia é produzir um documento que sirva como uma espécie de manual, que possa ser consultado constantemente, podendo replicar as práticas que deram certo, evitar as falhas, permitindo que se busque melhorias contínuas. Quem não melhora continuamente, fracassa lentamente.

Por fim, ratifico duas coisas fundamentais: primeiro, não confie em sua memória. Segundo, o empreendedorismo não precisa nem deve ser solitário. Comunique-se!

Se você precisa de ajuda ou ainda possui dúvidas ou quer dar sugestões, siga-me nas redes sociais. Afinal, juntos vamos lá e PAN!

 

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Instagram - @dirlene.economista

*Esse artigo é de autoria da colunista Dirlene Silva e não reflete necessariamente a opinião do Banco PAN.

 

 

 

 

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