Quem tem uma empresa deve ficar por dentro dos diversos registros necessários para o funcionamento da atividade empresarial. Um desses documentos é a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício).
Esse registro é essencial para empreendedores entenderem a real situação financeira do negócio, além de auxiliar na organização das finanças empresariais.
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Quem deseja saber se uma empresa está dando lucro ou prejuízo pode utilizar a DRE para uma visualização completa de transações e perceber a posição financeira do negócio em um determinado período. Saiba mais sobre o registro, como funciona e como fazer.
O que é DRE (Demonstração do Resultado do Exercício)?
A DRE é a sigla para Demonstração do Resultado do Exercício. Trata-se de um documento contábil que apresenta um resumo da situação financeira de um negócio dentro de um período analisado, de forma a mostrar receitas, despesas e se o saldo final foi de prejuízo ou lucro.
O registro ajuda na tomada de decisão, já que quem empreende pode visualizar quais foram os gastos, despesas, receitas, tributos e outras obrigações financeiras que a empresa teve em um determinado período.
A depender do que for apresentado, é possível pensar em soluções para reduzir ou cortar despesas e, assim, aumentar a margem de lucro do negócio, por exemplo.
A DRE está prevista na Lei 6.404/76, na seção 5, que descreve no art. 187 o que deve constar no documento. Ela é obrigatória para todos os tipos de empresa, com exceção de MEIs (microempreendedor individual).
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No caso das companhias de capital aberto, elas ainda devem publicar a DRE em cada período fiscal, o que normalmente ocorre a cada 6 meses. Porém, toda empresa pode utilizar o documento para sua organização financeira.
Como funciona a DRE?
De acordo com a lei, a Demonstração do Resultado do Exercício deve apresentar itens como:
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Receita bruta de vendas e serviços, deduções de vendas, abatimentos e impostos;
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Receita líquida de vendas e serviços, custos de mercadorias e serviços vendidos e lucro bruto;
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Despesas com vendas, despesas financeiras, gerais, administrativas e operacionais;
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Lucro ou prejuízo operacional;
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Resultado antes de incidência de Imposto sobre Renda;
A demonstração é feita, em geral, a cada 6 ou 12 meses, mas a empresa pode, se preferir, fazer a DRE a cada 3 meses ou menos.
Como fazer a DRE na sua empresa?
A DRE deve ser feita de maneira simples para que os dados sejam visualizados de modo rápido e intuitivo. O ideal é contar com o auxílio de profissionais de contabilidade nesse processo, mas é possível montar a demonstração de forma independente.
Em uma planilha, é preciso elencar as informações necessárias para a DRE, em ordem cronológica das movimentações. A DRE deve apresentar elementos como:
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Receita Bruta, ou seja, o registro do que entra em caixa ou patrimônio;
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Deduções, geradas por descontos ou abatimentos de impostos em vendas, como ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços);
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Receita líquida, que é o valor realmente recebido por vendas, resultado da receita bruta descontadas as deduções;
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CPV (Custo de produtos vendidos) ou CMV (Custos de mercadorias vendidas), que são os custos para fabricar um produto ou fornecer um serviço;
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Lucro bruto, que é a diferença entre receita líquida e o custo de produção ou venda;
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Despesas com vendas (comissões a vendedores), administrativas (contas de água e luz) e financeiras (juros, multas ou variação cambial), por exemplo;
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Resultado antes do desconto de valores relacionados a Imposto de Renda Pessoa Jurídica e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido);
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Resultado após os descontos de IRPJ e CSLL;
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Resultado líquido, que se for positivo, representa lucro líquido e, se for negativo, significa prejuízo.
A DRE é uma importante ferramenta de gestão financeira para empresas. Confira outras dicas para organizar a situação financeira de um negócio!