O avanço da pandemia e os impactos econômicos que ela causou levaram muitas famílias, especialmente as mais pobres, a usar dinheiro da reserva financeira para pagar contas e dívidas.
A constatação é de uma pesquisa feita pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV (Fundação Getulio Vargas), que foi enviada ao Blog Amigo do Dinheiro. O estudo foi feito nos meses de julho e agosto deste ano.
Esse levantamento da instituição mostrou que 37,3% das famílias com renda de até R$ 2,1 mil usaram recursos poupados para pagar despesas correntes. Além disso, 28,1% dessas famílias usaram a reserva financeira para pagar dívidas.
Já entre os brasileiros com ganhos acima de R$ 2,1 mil e até R$ 4 mil, que fazem parte da faixa de renda seguinte do mesmo levantamento, pagar contas do dia a dia é o destino da reserva para 29,8% das famílias, e quitar dívidas, para 9,7% delas.
Veja abaixo qual foi o destino que as famílias com renda de R$ 2,1 mil dão ao dinheiro que guardaram com finalidade de ser uma reserva financeira. Os percentuais se referem ao total de famílias dessa faixa de renda:
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pagamento de despesas correntes: 37,3%
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quitação de dívidas: 28,1%
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compra de bens duráveis: 18,5%
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gastos com viagem de férias: 4,8%
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pagamento de impostos: 3,5%
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gastos com cuidados pessoais: 3,4%
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gastos com lazer: 1,3%
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outros: 3,1%.
Agora, veja abaixo como usaram o dinheiro da reserva financeira as famílias com renda entre R$ 2,1 mil e R$ 4 mil:
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pagamento de despesas correntes: 29,8%
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quitação de dívidas: 9,7%
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compra de bens duráveis: 19,7%
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gastos com viagem de férias: 18,4%
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pagamento de impostos: 5,9%
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gastos com cuidados pessoais: 10,7%
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gastos com lazer: 3,3%
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outros: 2,5%
A mesma pesquisa também mostrou que as incertezas quanto ao mercado de trabalho, as condições de saúde e os hábitos de consumo incentivaram uma reorganização dos planos de poupança das famílias.
Cerca de 47% delas (incluindo todas as faixas de renda) disseram estar poupando como forma de precaução. Em novembro de 2020, eram 37,7 as famílias que faziam isso. Mais: 69,2% das famílias pretendem continuar poupando.
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Leia também: Em 2020, brasileiro poupou mais para fazer reserva de emergência do que para casa própria
Como administrar melhor as finanças
Administrar melhor as finanças pode ajudar a lidar com as contas do dia a dia e até a cair em situação de inadimplência, quando dívidas não são pagas.
Para evitar cair nessa situação, é bom que você faça um planejamento financeiro familiar. Assim, você pode construir uma reserva de emergência para se prevenir de problemas com grana.
Uma das primeiras atitudes é saber o rendimento mensal da casa: quais são as fontes de renda, quanto cada pessoa traz de dinheiro para casa, e qual é o ganho real da família.
Depois disso, se ainda não tem anotado, escreva em um caderno ou planilha as suas despesas: valores de contas fixas, como aluguel, internet, etc., e valores de despesas variáveis, como supermercado, contas de água e luz, emergências, entre outras.
Com isso, você pode avaliar se é possível diminuir essas despesas variáveis, com medidas para economizar luz, água e até na conta de TV paga e internet.
Se precisar priorizar contas num momento de dificuldades, entenda quais são os serviços essenciais para você (luz, água, por exemplo) e pague, primeiro, essas contas.
Saiba ainda os valores para emergência e investimento que a família possui para lidar com imprevistos e realizar objetivos de curto, médio e longo prazos.
Aprenda como negociar suas dívidas. Assim, você pode conseguir melhores condições e taxas.
Além disso, você também pode procurar algumas maneiras de ampliar sua renda. Veja 9 dicas para fazer uma grana extra na pandemia.